"Não sei de amor senão o amor perdido o amor que só se tem de nunca o ter procuro em cada corpo o nunca tido e é esse que não pára de doer.
Não sei de amor senão o amor ferido de tanto te encontrar e te perder.
Não sei de amor senão o não ter tido teu corpo que não cesso de perder nem de outro modo sei se tem sentido este amor que só vive de não ter o teu corpo que é meu porque perdido não sei de amor senão esse doer.
Não sei de amor senão esse perder teu corpo tão sem ti e nunca tido para sempre só meu de nunca o ter teu corpo que me dói no corpo ferido onde não deixou nunca de doer não sei de amor senão o amor perdido.
Não sei de amor senão o sem sentido deste amor que não morre por morrer o teu corpo tão nu nunca despido o teu corpo tão vivo de o perder neste amor que só é de não ter sido não sei de amor senão esse não ter.
Não sei de amor senão o não haver Amor que dure mais que o não tido. Há um corpo que não pára de doer só esse é que não morre de tão perdido só esse é sempre meu de nunca o ser não sei de amor senão o amor ferido.
Não sei de amor senão o tempo ido em que amor era amor de puro arder tudo passa mas não o não ter tido o teu corpo de ser e de não ser só esse é meu por nunca ter ardido não sei de amor senão esse perder.
Cintilante na noite um corpo ferido só nele de o não ter tido eu hei-de arder não sei de amor senão amor perdido." - Manuel Alegre
(isto disse-me muito, a mim, o poema também fala para ti? Lembrou-me. Te.)
"Não sei de amor senão o amor perdido
ResponderEliminaro amor que só se tem de nunca o ter
procuro em cada corpo o nunca tido
e é esse que não pára de doer.
Não sei de amor senão o amor ferido
de tanto te encontrar e te perder.
Não sei de amor senão o não ter tido
teu corpo que não cesso de perder
nem de outro modo sei se tem sentido
este amor que só vive de não ter
o teu corpo que é meu porque perdido
não sei de amor senão esse doer.
Não sei de amor senão esse perder
teu corpo tão sem ti e nunca tido
para sempre só meu de nunca o ter
teu corpo que me dói no corpo ferido
onde não deixou nunca de doer
não sei de amor senão o amor perdido.
Não sei de amor senão o sem sentido
deste amor que não morre por morrer
o teu corpo tão nu nunca despido
o teu corpo tão vivo de o perder
neste amor que só é de não ter sido
não sei de amor senão esse não ter.
Não sei de amor senão o não haver
Amor que dure mais que o não tido.
Há um corpo que não pára de doer
só esse é que não morre de tão perdido
só esse é sempre meu de nunca o ser
não sei de amor senão o amor ferido.
Não sei de amor senão o tempo ido
em que amor era amor de puro arder
tudo passa mas não o não ter tido
o teu corpo de ser e de não ser
só esse é meu por nunca ter ardido
não sei de amor senão esse perder.
Cintilante na noite um corpo ferido
só nele de o não ter tido eu hei-de arder
não sei de amor senão amor perdido."
- Manuel Alegre
(isto disse-me muito, a mim, o poema também fala para ti? Lembrou-me. Te.)
Adorei. Obrigada Mary :)
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